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Os 5 tipos de catarata nos olhos

Nem toda catarata é igual — descubra os 5 tipos e por que alguns casos exigem mais cuidado.

Conheça os 5 tipos de catarata nos olhos.

Será que toda catarata é igual? Conheça os 5 tipos e os riscos de cada uma

Você sabia que nem toda catarata é igual? Muitas pessoas acreditam que a catarata é um único tipo de problema ocular que aparece com a idade. Mas a verdade é que existem diferentes formas dessa doença, cada uma com suas causas, complexidades e riscos cirúrgicos. Entender essas diferenças é fundamental para um diagnóstico preciso, um tratamento adequado e, principalmente, para manter a sua visão saudável.

Neste artigo, você vai conhecer os 5 principais tipos de catarata, entender como elas se formam, quais apresentam maior risco de complicações e o que esperar do tratamento. Se você ou alguém próximo foi diagnosticado com catarata, continue lendo para tirar todas as suas dúvidas — de forma clara, humana e com base na oftalmologia moderna.


1. Catarata congênita: quando o bebê já nasce com o problema

A catarata congênita é aquela presente ao nascimento ou que se desenvolve nas primeiras semanas de vida. Pode afetar um ou os dois olhos do bebê, sendo considerada uma emergência oftalmológica, pois o desenvolvimento visual ocorre principalmente nos primeiros anos de vida.

Se não for tratada a tempo, a criança pode desenvolver ambliopia, também conhecida como “olho preguiçoso” — uma condição na qual a visão não se desenvolve adequadamente, mesmo que a cirurgia de catarata seja realizada depois. O diagnóstico precoce é essencial, e por isso o teste do olhinho, feito logo após o nascimento, é uma ferramenta indispensável.

A cirurgia da catarata congênita é mais delicada do que a do adulto. O cristalino da criança tem uma cápsula mais elástica e, dependendo da idade, nem sempre é possível implantar a lente intraocular definitiva. Em alguns casos, ela será colocada apenas após alguns anos.


2. Catarata traumática: após pancadas ou acidentes oculares

Outro tipo menos conhecido, mas muito relevante, é a catarata traumática. Ela pode ocorrer após acidentes, pancadas, perfurações ou lesões oculares, mesmo que o trauma tenha ocorrido anos antes. Casos como boladas, socos, quedas com objetos pontiagudos ou até uma simples latinha atingindo o olho podem causar danos ao cristalino, levando à sua opacificação.

Além da perda de transparência do cristalino, é comum nesses casos haver subluxação (deslocamento parcial) ou luxação (deslocamento total) do cristalino dentro do olho. Nesses pacientes, a cirurgia costuma ser mais complexa, pois pode ser necessário usar técnicas especiais para posicionar ou fixar a lente intraocular, como a sutura escleral.


3. Catarata medicamentosa: efeito colateral de alguns remédios

Pouca gente sabe, mas alguns medicamentos podem causar catarata, especialmente os corticoides de uso prolongado — sejam eles administrados por via oral, inalatória, tópica ou injetável. Esses remédios podem induzir a formação de catarata subcapsular posterior, um tipo que afeta principalmente a parte posterior do cristalino.

Pacientes com doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide ou doenças pulmonares crônicas, frequentemente usam corticoides e, por isso, estão em maior risco. A boa notícia é que, na maioria dos casos, a cirurgia segue um padrão similar à da catarata senil, com excelentes taxas de sucesso.

Ainda assim, por afetar muitas vezes pacientes jovens, essa catarata tem um impacto emocional e funcional significativo, já que limita a visão em pessoas em plena fase produtiva da vida.


4. Catarata secundária à uveíte: inflamação intraocular

A uveíte é uma inflamação das estruturas internas do olho e pode ter diversas causas, como doenças autoimunes, infecções (ex: toxoplasmose) ou mesmo ser idiopática (sem causa definida). Quando o processo inflamatório atinge o cristalino, pode causar a catarata complicada, como é chamada em muitos serviços especializados.

Esse tipo é considerado um dos mais desafiadores para o cirurgião, pois geralmente há sinéquias, que são aderências entre a íris (parte colorida do olho) e o cristalino. Essas aderências dificultam a dilatação da pupila e tornam a cirurgia mais delicada. Além disso, se a inflamação não estiver bem controlada, o risco de complicações pós-operatórias, como inflamações persistentes ou edema macular, é elevado.

Antes de operar, é fundamental que a inflamação esteja sob controle, muitas vezes com o uso de colírios ou medicamentos sistêmicos. Em casos muito graves, como uveíte infecciosa associada a descolamento de retina, a cirurgia pode ser indicada com urgência.


5. Catarata senil: o tipo mais comum

A catarata senil é a mais conhecida e acomete principalmente pessoas a partir dos 60 anos. Com o envelhecimento natural do cristalino, ele vai perdendo sua transparência de forma progressiva, tornando-se amarelado, opaco e dificultando a passagem da luz.

Entre os sintomas mais frequentes estão:

  • Visão embaçada;

  • Sensibilidade à luz;

  • Diminuição da visão noturna;

  • Percepção alterada das cores;

  • Necessidade frequente de trocar os óculos.

Esse tipo de catarata representa a grande maioria dos casos e, felizmente, a cirurgia é altamente eficaz. O procedimento padrão atualmente é a facoemulsificação, com corte de aproximadamente 2 mm e recuperação rápida. Durante a cirurgia, o cristalino opaco é removido e substituído por uma lente intraocular.

Porém, um alerta importante: não se deve esperar a catarata "amadurecer demais". Quando a catarata atinge um estágio muito avançado, a cirurgia fica mais difícil, exige mais energia do aparelho e aumenta o risco de complicações, como ruptura da cápsula posterior ou inflamações.


A importância da avaliação individualizada

Cada paciente é único, e o tipo de catarata que ele possui influencia diretamente na abordagem cirúrgica. Em geral:

  • Quanto mais jovem o paciente e mais rara a catarata, maior a complexidade da cirurgia;

  • Pacientes com doenças inflamatórias ou histórico de trauma ocular precisam de atenção redobrada;

  • O acompanhamento oftalmológico é essencial para indicar o momento certo da cirurgia, evitar complicações e escolher a melhor lente intraocular.


Conclusão: catarata tem cura — mas cada tipo exige cuidados específicos

A catarata é uma das principais causas de perda visual no mundo, mas também uma das doenças com maior taxa de recuperação visual com o tratamento adequado. Identificar o tipo de catarata, compreender sua origem e seus riscos é o primeiro passo para garantir uma cirurgia segura e eficaz.

Se você recebeu o diagnóstico de catarata, converse com seu oftalmologista sobre qual tipo é o seu e se há alguma particularidade que exige atenção especial. Com o avanço da tecnologia, mesmo os casos mais complexos podem ter um bom desfecho visual.


Compartilhe este conteúdo com alguém que esteja passando por isso — a informação pode ser o primeiro passo para recuperar a visão.

Autor: Dr. Mário César Bulla

Cremers 28120

Oftalmologista - Retina

Catarata total
Catarata total

Oftalmologista Clínica Bulla
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Clínica oftalmológica especializada no atendimento das doenças da retina: DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), edema macular, oclusão venosa, membrana epirretiniana, buraco macular, descolamento de retina, distrofias retinianas, retinose pigmentar, doença de Stargardt. Bem como realização de laser, injeções intravítreas de anti-angiogênico. Exames complementares: OCT, biometria com Iolmaster (ecobiometria), ecografia ocular, campo visual, PAM, microscopia especular, topografia corneana. Cirurgia para catarata: facoemusificação. Retinólogo.

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