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Visão ruim após cirurgia de catarata: tem tratamento?

Você fez a cirurgia de catarata, a visão melhorou e depois piorou? Descubra agora as quatro principais causas desse problema e o que fazer em cada caso.

Visão ruim após cirurgia de catarata

Operei catarata, a visão melhorou e depois piorou. O que está acontecendo?


Introdução: a dúvida que preocupa muitos pacientes

Você fez a cirurgia de catarata, sua visão melhorou e, depois de um tempo, começou a piorar novamente? Essa situação pode gerar grande frustração, afinal, a expectativa após a cirurgia é de uma visão mais nítida e duradoura. Mas o que pode estar acontecendo?

Neste artigo, vamos explorar as quatro principais causas que podem explicar a piora da visão após uma melhora inicial, detalhar os tratamentos disponíveis e orientar quando procurar ajuda médica. Tudo isso de forma clara, humanizada e com base no que há de mais atualizado na oftalmologia.


Catarata: o que é e como é feita a cirurgia

Antes de falarmos sobre as causas da piora da visão, é importante relembrar o que é a catarata. A catarata ocorre quando o cristalino — uma lente natural dentro dos nossos olhos — perde sua transparência. Isso pode acontecer pelo envelhecimento (catarata senil), por doenças como o diabetes, traumas, uso de medicamentos ou outras causas.

Cirurgia de catarata: um procedimento moderno e seguro

A cirurgia mais comum atualmente é a facoemulsificação com implante de lente intraocular. Nela, o cristalino opaco é fragmentado com ultrassom e aspirado, preservando a cápsula que envolve o cristalino, onde será implantada a nova lente intraocular. Esse procedimento é feito por uma microincisão de cerca de 2,5 mm, sem necessidade de pontos, e costuma oferecer uma recuperação rápida.


O que pode causar a piora da visão após a cirurgia?

Se a visão melhorou nos primeiros dias ou semanas após a cirurgia, mas voltou a embaçar depois, há quatro causas principais que merecem atenção:


1. Edema macular cistoide

O que é?

É um inchaço na mácula, região central da retina responsável pela visão nítida e detalhada. Surge geralmente entre 1 e 2 meses após a cirurgia.

Por que acontece?

Acredita-se que seja uma reação inflamatória do olho ao procedimento cirúrgico. Substâncias inflamatórias liberadas durante a cirurgia podem atingir a mácula, causando esse inchaço.

Sintomas:

  • Visão que volta a ficar embaçada após uma melhora inicial

  • Sensação de mancha no centro da visão

  • Olho vermelho ou levemente dolorido em alguns casos

Tratamento:

Na maioria dos casos, colírios anti-inflamatórios (como cetorolaco e corticoide) são suficientes para resolver. Em situações mais graves, pode ser necessária uma injeção de corticoide intraocular, como o implante de Ozurdex®.


2. Opacificação da cápsula posterior

O que é?

Também conhecida como “catarata secundária”, ocorre meses ou anos após a cirurgia. A cápsula posterior do cristalino, que foi preservada para sustentar a lente, pode acumular células residuais e tornar-se opaca.

Sintomas:

  • Visão progressivamente mais turva, como se a catarata tivesse voltado

Tratamento:

Feito com um procedimento a laser chamado capsulotomia com YAG laser. É indolor, rápido (cerca de 5 minutos) e realizado no consultório.

Observação:

Após o laser, é comum ver algumas “mosquinhas volantes” por um tempo, pois fragmentos da cápsula permanecem temporariamente no interior do olho.


3. Doenças oculares associadas

O que pode estar acontecendo?

A catarata pode coexistir com outras doenças oculares que não foram percebidas antes, pois a própria opacidade do cristalino dificulta a avaliação da retina e do nervo óptico.

Principais doenças associadas:

  • Degeneração macular relacionada à idade (forma exsudativa): forma úmida da doença, com risco de hemorragia e inchaço na retina, exige tratamento com injeções de antiangiogênicos.

  • Edema macular diabético: comum em pacientes diabéticos, também tratado com injeções.

  • Retinopatia diabética ou glaucoma: doenças que afetam a retina e o nervo óptico, podendo evoluir de forma silenciosa.

Diagnóstico:

Exames como a OCT (tomografia de coerência óptica) e o mapeamento de retina são essenciais para identificar essas doenças.


4. Deslocamento da lente intraocular

O que é?

Em casos muito raros (menos de 0,1%), a lente implantada pode se deslocar, seja por fatores anatômicos, trauma ou alterações nas estruturas internas do olho.

Sintomas:

  • Visão borrada ou duplicada

  • Sensação de sombra ou distorção

Tratamento:

Pode exigir cirurgia para reposicionar ou trocar a lente. É um caso raro, mas de fácil diagnóstico durante a consulta oftalmológica.


O que mais pode causar piora da visão?

Embora menos frequente, até a necessidade de óculos para correção residual pode gerar desconforto visual. No entanto, isso ocorre de forma mais gradual, não repentina.

Por isso, sempre que a piora for rápida ou significativa, não deve ser atribuída apenas à falta de óculos.


Quando procurar o oftalmologista?

Você deve procurar o especialista assim que perceber qualquer alteração na sua visão, mesmo que a cirurgia tenha ocorrido há pouco tempo. A avaliação precoce aumenta as chances de um diagnóstico preciso e tratamento eficaz.


Conclusão: a importância do acompanhamento contínuo

A cirurgia de catarata é uma das mais seguras e bem-sucedidas da medicina moderna. No entanto, a visão é resultado do funcionamento do olho como um todo, e não apenas da lente implantada. A piora da visão após uma melhora inicial pode ser um sinal de que algo mais está acontecendo — e, felizmente, na maioria dos casos, há solução.

Portanto, siga com atenção o acompanhamento com seu oftalmologista, realize os exames complementares quando indicados e não hesite em relatar qualquer nova queixa visual. A sua visão merece cuidado contínuo.



Autor: Dr. Mário César Bulla
Cremers 28120
Médico Oftalmologista - Cirurgião de Retina
Oftalmologista Clínica Bulla
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Clínica oftalmológica especializada no atendimento das doenças da retina: DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), edema macular, oclusão venosa, membrana epirretiniana, buraco macular, descolamento de retina, distrofias retinianas, retinose pigmentar, doença de Stargardt. Bem como realização de laser, injeções intravítreas de anti-angiogênico. Exames complementares: OCT, biometria com Iolmaster (ecobiometria), ecografia ocular, campo visual, PAM, microscopia especular, topografia corneana. Cirurgia para catarata: facoemusificação. Retinólogo.

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