O Que é a Retinopatia Diabética?
Neste artigo o Dr. Mário Bulla, retinólogo, explica sobre uma doença muito importante e que é a principal causa de cegueira em pessoas na idade mais produtiva de suas vidas: a retinopatia diabética. Essa condição afeta principalmente pessoas que estão em plena fase de trabalho e produção, diferentemente de outras causas de cegueira, como a degeneração macular, glaucoma e
catarata, que são mais comuns na terceira idade.
O que é a Retinopatia Diabética?
A retinopatia diabética é uma das principais causas de cegueira no mundo e, infelizmente, é uma cegueira irreversível. Ao contrário da catarata, que pode ser revertida com cirurgia, a perda de visão causada pela retinopatia diabética muitas vezes não pode ser recuperada.
Esta doença pode ocorrer tanto em pessoas com diabetes tipo 1 quanto em pessoas com diabetes tipo 2. Recomenda-se que pacientes com diabetes tipo 1 comecem a se consultar com um oftalmologista cinco anos após o diagnóstico, pois antes desse período é raro que a retinopatia diabética se manifeste. Para os pacientes com diabetes tipo 2, é crucial realizar a primeira consulta com o oftalmologista logo após o diagnóstico da diabetes, pois a doença pode já estar presente.
Como a Retinopatia Diabética Afeta a Visão?
A retinopatia diabética acontece devido aos níveis elevados de açúcar no sangue, que danificam a microcirculação da retina. Essa condição não afeta apenas os olhos, mas também pode causar problemas nos rins, cérebro e coração. No fundo do olho, a retina sofre devido à má circulação, o que estimula a produção excessiva de substâncias angiogênicas. Essas substâncias promovem o crescimento de vasos sanguíneos anormais (neovasos), que podem causar hemorragia vítrea, descolamento de retina e glaucoma neovascular, um tipo grave de glaucoma.
Outro mecanismo de dano é o aumento da permeabilidade vascular. Imagine uma mangueira com muitos buracos; é assim que os vasos sanguíneos na retina começam a funcionar, levando ao edema macular, que é o inchaço da parte central da retina. Esse inchaço é a principal causa de piora da visão em pacientes diabéticos.
Diagnóstico e Tratamento da Retinopatia Diabética
A retinopatia diabética pode ser detectada durante uma consulta com o oftalmologista através do exame de fundo de olho e mapeamento de retina. Exames complementares como a retinografia, angiografia fluoresceínica e OCT (Tomografia de Coerência Óptica) são essenciais para uma avaliação detalhada.
Existem diferentes estágios da retinopatia diabética: leve, moderada, grave e proliferativa. Nos estágios iniciais, a principal recomendação é acompanhamento regular. No caso do edema macular, o tratamento geralmente envolve injeções intravítreas de antiangiogênicos, que ajudam a reduzir o inchaço e melhorar a visão.
Para a retinopatia diabética proliferativa, além das injeções, pode ser necessário tratamento com fotocoagulação a laser, que ajuda a cauterizar as áreas isquêmicas da retina e reduzir a produção de substâncias angiogênicas. Em casos graves, onde há hemorragia vítrea ou descolamento de retina, pode ser indicada a cirurgia de vitrectomia.
Importância da Prevenção
A prevenção é fundamental. Mesmo que você não sinta nenhum sintoma, é crucial fazer revisões periódicas com o oftalmologista. Detectar a doença nos estágios iniciais pode evitar complicações graves e irreversíveis.
Se você conhece alguém com diabetes, compartilhe essas informações. Ajude a conscientizar sobre a importância da prevenção e do tratamento precoce da retinopatia diabética.
Conclusão
Espero que este artigo tenha ajudado a entender melhor a retinopatia diabética, seus riscos e a importância da prevenção e tratamento adequado. Não se esqueça de marcar uma consulta com o oftalmologista
Autor:
Dr. Mário César Bulla
Médico Oftalmologista - Retina e Vítreo
Cremers 28.120