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Descolamento de retina: como é a cirurgia?

Descubra os principais tipos de cirurgia para descolamento de retina, seus sintomas de alerta e a importância do diagnóstico precoce para preservar a visão.

Descolamento de Retina: Entenda todos os tipos de cirurgia.

Quais São os Tipos de Cirurgia Indicados para o Descolamento de Retina?

O descolamento de retina é uma das doenças oculares que mais preocupa os pacientes e que exige tratamento imediato. A retina, responsável por captar a luz e formar as imagens que enxergamos, quando se desprende do fundo do olho, deixa de cumprir sua função e passa a sofrer danos irreversíveis em pouco tempo. Por isso, compreender os sintomas de alerta e as opções de tratamento é fundamental para preservar a visão.


Sintomas de Alerta

O descolamento de retina geralmente surge de forma súbita. Alguns sinais típicos incluem:

  • Moscas volantes: pontos ou manchas escuras que aparecem repentinamente no campo visual.

  • Fotopsias: flashes de luz, especialmente na visão periférica.

  • Sombra ou cortina: sensação de que uma sombra está cobrindo parte da visão.

É importante destacar que nem sempre esses sintomas significam um descolamento, mas representam um alerta. Ao surgirem, deve-se procurar com urgência um oftalmologista, de preferência um especialista em retina. Quanto antes a doença for diagnosticada, maiores são as chances de um tratamento menos invasivo e com melhores resultados.


Tipos de Descolamento de Retina

Embora existam diferentes tipos — como o seroso e o tracional —, o mais comum e urgente é o descolamento regmatogênico, causado por um rasgo na retina que permite a infiltração do vítreo (gel que preenche o interior do olho). É sobre ele que falaremos a seguir, detalhando as principais técnicas de tratamento.


Fotocoagulação a Laser

Apesar de não ser considerada uma cirurgia propriamente dita, a fotocoagulação a laser é muitas vezes o primeiro passo no tratamento. Ela é indicada em casos iniciais, quando existe apenas um pequeno rasgo ou uma área mínima de descolamento.

  • Como funciona: o laser cria uma cicatriz ao redor da ruptura, selando-a e impedindo que o vítreo infiltre por baixo da retina.

  • Vantagem: reduz em até 90% o risco de progressão para descolamento em pacientes com rasgos recentes, especialmente em casos de descolamento do vítreo posterior.

  • Limitação: não é eficaz quando o descolamento já está estabelecido.

Essa técnica é rápida, realizada em consultório e com baixa necessidade de recuperação, mas depende essencialmente de um diagnóstico precoce.


Retinopexia Pneumática

A retinopexia pneumática é uma técnica minimamente invasiva, bastante difundida nos Estados Unidos e que também pode ser realizada no Brasil.

  • Como funciona: uma bolha de gás é injetada dentro do olho. Essa bolha, ao subir, pressiona a área do rasgo, permitindo que a retina volte ao lugar. Em seguida, aplica-se laser ou crioterapia para selar a ruptura.

  • Indicação: descolamentos localizados na região superior da retina, onde a bolha pode se posicionar com mais facilidade.

  • Efetividade: taxa de sucesso de cerca de 60 a 70%.

  • Cuidados: o paciente deve manter a cabeça em posições específicas para que a bolha pressione exatamente a área do rasgo. Durante o período em que o gás permanece no olho, não é permitido viajar de avião ou para locais de grande altitude, sob risco de aumento grave da pressão ocular.

É um procedimento menos agressivo e com menor risco de complicações, mas indicado apenas em situações específicas.


Introflexão Escleral (Faixa de Silicone)

A introflexão escleral, ou colocação de faixa de silicone, é um método cirúrgico clássico e ainda muito utilizado.

  • Como funciona: uma pequena faixa de silicone é suturada na parte externa do olho, empurrando a parede ocular em direção à retina, de fora para dentro. Isso aproxima o epitélio pigmentar da retina, permitindo sua readesão.

  • Técnicas associadas: muitas vezes, é feita drenagem do líquido sub-retiniano para acelerar o processo, além da aplicação de crioterapia ou laser ao redor do rasgo.

  • Eficácia: pode ser combinada com injeção de gás, aumentando a chance de sucesso.

  • Efeito colateral: pode induzir ao aumento da miopia, já que altera ligeiramente a forma do olho.

Apesar de ser mais invasiva que a retinopexia pneumática, ainda é uma técnica com bons resultados, especialmente em casos selecionados.


Vitrectomia

A vitrectomia é a técnica mais moderna e completa no tratamento do descolamento de retina. Hoje é amplamente utilizada, tanto em casos iniciais como em situações avançadas.

  • Como funciona: através de pequenas incisões, o cirurgião introduz instrumentos no interior do olho, remove o vítreo e reposiciona a retina com auxílio de líquidos especiais, como o perfluorcarbono. Em seguida, aplica-se laser nas áreas de ruptura e finaliza-se o procedimento com preenchimento do olho com gás ou óleo de silicone.

  • Associações: pode ser realizada junto com cirurgia de catarata (facoemulsificação) e até mesmo combinada à faixa de silicone, dependendo da necessidade.

  • Indicações principais: casos em que a mácula já está descolada, presença de hemorragia vítrea ou desenvolvimento de PVR (proliferação vítreo-retiniana), que é uma fibrose que dificulta a reaproximação da retina.

  • Vantagem: oferece maior controle ao cirurgião, permitindo tratar múltiplos problemas simultaneamente.

  • Diferença entre gases e óleo: o gás é absorvido pelo organismo com o tempo, enquanto o óleo de silicone precisa ser removido em outra cirurgia.

A vitrectomia revolucionou o tratamento do descolamento de retina, aumentando consideravelmente as chances de preservar a visão mesmo em casos complexos.


A Importância do Pós-Operatório

Independentemente do tipo de cirurgia, o pós-operatório é fundamental. A retina pode ser recolocada no lugar durante o procedimento, mas para que ela cicatrize e permaneça aderida, é necessário:

  • Repouso absoluto nos primeiros dias, principalmente respeitando a posição indicada pelo médico.

  • Acompanhamento frequente, pois existe risco de novos rasgos ou até de novo descolamento.

  • Atenção às restrições, como evitar esforços físicos e mudanças bruscas de altitude em casos com bolha de gás.

O sucesso do tratamento depende não apenas da técnica cirúrgica, mas também da disciplina do paciente no período de recuperação.


Conclusão

O descolamento de retina é uma condição urgente e que pode comprometer gravemente a visão se não tratada a tempo. Felizmente, a oftalmologia moderna dispõe de diferentes técnicas para o seu manejo, que vão desde procedimentos simples com laser até cirurgias complexas como a vitrectomia.

Cada caso é único, e somente o especialista em retina poderá indicar a melhor abordagem após uma avaliação detalhada. O ponto central é: identificar rapidamente os sintomas e buscar ajuda médica sem demora. A rapidez na intervenção pode ser a diferença entre manter e perder a visão.


Autor:

Dr. Mário César Bulla

Cremers 28120

Médico Oftalmologista - Cirurgião de Retina

Oftalmologista Clínica Bulla
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Clínica oftalmológica especializada no atendimento das doenças da retina: DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), edema macular, oclusão venosa, membrana epirretiniana, buraco macular, descolamento de retina, distrofias retinianas, retinose pigmentar, doença de Stargardt. Bem como realização de laser, injeções intravítreas de anti-angiogênico. Exames complementares: OCT, biometria com Iolmaster (ecobiometria), ecografia ocular, campo visual, PAM, microscopia especular, topografia corneana. Cirurgia para catarata: facoemusificação. Retinólogo.

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