Fotobiomodulação com Valeda na DMRI seca: informação para oftalmologistas
Fotobiomodulação com Valeda demonstra, no estudo LIGHTSITE III, ganho visual significativo e redução da progressão da DMRI seca intermediária, com perfil de segurança favorável.
Fotobiomodulação com Valeda no Manejo da DMRI Seca: Guia para Oftalmologistas
Contexto Clínico
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) na sua forma seca compõe cerca de 85–90% dos casos — sendo causa primária de perda visual em pacientes acima de 60 anos no Brasil e no mundo.
Se você é médico oftalmologista e tem interesse em tratar seu paciente na Clínica Bulla, pode enviar mensagem por Whatsapp para o número: 51989684240
Valeda Light Delivery System: Mecanismo e Aprovações
O Valeda é o primeiro sistema de fotobiomodulação (PBM) aprovado pelo FDA para DMRI seca, além de possuir conformidade CE Ele utiliza luz de baixa intensidade em três comprimentos de onda (590 nm, 660 nm e 850 nm), visando estimular a citocromo c e citocromo c oxidase, otimizando o metabolismo retiniano e redução do estresse oxidativo.
Protocolo Terapêutico Validado
Ciclo inicial: 9 sessões realizadas em 3–5 semanas, com intervalo de 1 a 7 dias entre elas
Manutenção: reaplicação do protocolo a cada 4 meses ou conforme acompanhamento clínico
Com duração de ~5 minutos por olho, tratamento indolor e realizado na clínica.
Evidência Clínica: LIGHTSITE III
O estudo LIGHTSITE III, ensaio clínico prospectivo, randomizado e controlado, publicado em Retina (março de 2024), envolveu 100 pacientes (148 olhos) com DMRI seca intermediária Os resultados aos 13 meses revelaram:
Ganho médio de AVCC: 5,4 letras no grupo PBM versus 3,0 no grupo simulado (Sham), com diferença estatisticamente significativa (p = 0,02) PubMed
Proporção com ganho ≥5 letras: cerca de 55% no grupo PBM vs. ~40% no grupo Sham. Ganhos ≥10 letras ocorreram em ~26% no grupo PBM vs. ~15% no Sham, e ≥15 letras em 5,5% vs. 1,9% PubMed.
Redução de progressão da atrofia geográfica (AG): novos casos de AG ocorreram em 1,1% dos olhos com PBM vs. 9,8% no grupo Sham (p ≈ 0,024; odds ratio 9,4)
Perfil de segurança: favorável, sem eventos adversos graves atribuídos ao PBM PubMed.
Além disso, um artigo no Medscape destacou leitura de ≥5 letras em 67% dos tratados e ≥10 letras em 20%, além de menor evolução para atrofia (7% vs. 24% no grupo controle).
Seleção de Pacientes
Indicado para pacientes com:
DMRI seca intermediária (drusas médias a grandes; sem atrofia geográfica central)
AV entre 20/32 e 20/100 (alguns protocolos consideram até 20/70)
Evitar em casos com fotossensibilidade conhecida, patologias fotossensíveis ou uso de fotossensibilizantes.
Integração no Manejo Clínico
A fotobiomodulação com Valeda não substitui, mas complementa:
Suplementação baseada no estudo AREDS2.
Acompanhamentos clínicos regulares com OCT e AVCC.
Orientações sobre controle de fatores de risco (fumo, pressão arterial, dieta rica em antioxidantes).
Vantagens Terapêuticas
Não invasivo e indolor, realizado no consultório.
Comprovado por ensaio clínico robusto, com ganho visual significativo e retardamento da progressão.
Aplicação repetível, viável para manutenção a longo prazo.
Resumo Clínico para Oftalmologistas
A fotobiomodulação com Valeda representa um avanço significativo no tratamento da DMRI seca, oferecendo:
Evidência de ganhos funcionais de AVCC e retardo da progressão para atrofia geográfica.
Perfil de segurança consolidado.
Uma nova ferramenta terapêutica para pacientes com DMRI seca intermediária ainda sem AG central.
Autor: Dr. Mário César Bulla
Cremers 28120
Médico Oftalmologista - Retinólogo
