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Tratamento da Retinopatia Diabética Proliferativa

Qual é o Tratamento da Retinopatia Diabética Proliferativa?


Hoje, vamos falar sobre a retinopatia diabética proliferativa, a forma mais grave desta condição, e explorar detalhadamente as alternativas de tratamento disponíveis.

O Que é Retinopatia Diabética Proliferativa?
A retinopatia diabética é uma complicação séria do diabetes que afeta os vasos sanguíneos da retina, a camada de tecido sensível à luz localizada no fundo do olho. A condição progride em estágios, começando desde leves microaneurismas até a fase proliferativa, onde novos vasos sanguíneos anormais começam a crescer na retina e na superfície do vítreo, a substância gelatinosa que preenche o olho. Estes novos vasos são frágeis e podem sangrar, causando hemorragias vítreas e, em casos mais graves, descolamento de retina.

Diferente da catarata, onde a cirurgia pode restaurar a visão, a perda de visão causada pela retinopatia diabética muitas vezes é irreversível. Isso torna crucial o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para prevenir a progressão da doença.

Fatores de Risco e Prevenção
As principais causas da retinopatia diabética são o tempo que a pessoa tem diabete e ocontrole inadequado dos níveis de glicose no sangue. Outros fatores de risco incluem hipertensão arterial, níveis elevados de colesterol e o tabagismo Controlar esses fatores é essencial para prevenir o desenvolvimento e a progressão da retinopatia diabética.

Dicas de Prevenção
Controle da Glicose: Monitore regularmente seus níveis de glicose no sangue e siga as orientações do seu médico para mantê-los dentro da faixa ideal.
Exames Oculares Regulares: Realize exames oftalmológicos anuais para detectar precocemente qualquer alteração na retina.
Estilo de Vida Saudável: Mantenha uma dieta equilibrada, faça exercícios regularmente e evite fumar.


Progressão da Retinopatia Diabética
A retinopatia diabética se divide em quatro estágios:

Retinopatia Diabética Não Proliferativa Leve: Caracterizada por microaneurismas, pequenos pontos de sangramento na retina.


Retinopatia Diabética Não Proliferativa Moderada: Aumento do número e tamanho dos microaneurismas, além de exsudatos duros (depósitos de gordura e proteína).


Retinopatia Diabética Não Proliferativa Severa (grave): Bloqueio de vasos sanguíneos importantes, que nutrem a retina.


Retinopatia Diabética Proliferativa: Crescimento de novos vasos sanguíneos anormais (neovascularização), que podem levar a complicações sérias, como hemorragias vítreas e descolamento de retina.
 

Sintomas e Diagnóstico
Nos estágios iniciais, a retinopatia diabética pode ser assintomática. À medida que a doença progride, os sintomas podem incluir visão embaçada, áreas escuras ou vazias no campo de visão, dificuldade para ver à noite e perda de visão. Um exame oftalmológico detalhado, incluindo dilatação da pupila, é essencial para o diagnóstico.

Exames Utilizados
Fundoscopia: Exame do fundo do olho utilizando um oftalmoscópio.

Mapeamento de Retina: Exame para avaliar o fundo de olho com pupila dilatada, de forma mais ampla que a fundoscopia.

Retinografia: é uma espécie de fotografia da retina, hoje em dia nos modelus Wide Field e Ultra Wide Field consegue registrar imagens de praticamente toda retina o que ajuda no estadiamento e detecção precoce de neovasos.
Angiografia com Fluoresceína: Injeta-se um corante fluorescente para visualizar os vasos sanguíneos da retina.
Tomografia de Coerência Óptica (OCT): Produz imagens detalhadas da retina para avaliar a presença de edema macular.


Tratamentos Disponíveis
 

Controle do Diabetes
O primeiro passo no tratamento da retinopatia diabética proliferativa é o controle rigoroso do diabetes e da pressão arterial. Manter níveis de glicose no sangue e pressão arterial dentro dos limites recomendados pode retardar a progressão da doença e reduzir o risco de complicações.

 

Fotocoagulação a Laser
A fotocoagulação a laser é uma técnica utilizada há décadas no tratamento da retinopatia diabética proliferativa. Este procedimento utiliza um laser para criar pequenas queimaduras na retina, selando os vasos sanguíneos anormais e prevenindo seu crescimento. Existem dois tipos principais de fotocoagulação:

 

- Laser Focal: Utilizado para tratar o edema macular, uma condição onde o fluido se acumula na mácula, a parte central da retina responsável pela visão detalhada.
- Panfotocoagulação: Envolve a aplicação de centenas de pequenos pontos de laser na periferia da retina, ajudando a reduzir o crescimento de novos vasos sanguíneos.

 

Injeções Intravítreas de Antiangiogênico
Nos últimos anos, as injeções intravítreas de medicamentos antiangiogênicos revolucionaram o tratamento da retinopatia diabética proliferativa. Estes medicamentos inibem o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), uma proteína que promove o crescimento de novos vasos sanguíneos. As injeções ajudam a reduzir a neovascularização e o edema macular, melhorando significativamente a visão do paciente.

Os medicamentos antiangiogênicos comumente utilizados incluem:

Bevacizumabe
Ranibizumabe
Aflibercepte

e mais recentemente: Faricimab


Vitrectomia
A vitrectomia é uma cirurgia indicada para casos mais graves de retinopatia diabética proliferativa, especialmente quando há hemorragia vítrea persistente ou descolamento de retina. Durante a vitrectomia, o vítreo (gelatina do olho) é removido e substituído por uma solução salina. Esta cirurgia permite a remoção de sangue e tecido cicatricial da retina, ajudando a restaurar a visão.

 

Controle de Complicações
Além dos tratamentos mencionados, é crucial monitorar e controlar outras complicações associadas à retinopatia diabética proliferativa, como o glaucoma neovascular. Este tipo de glaucoma ocorre quando novos vasos sanguíneos bloqueiam o fluxo de fluido dentro do olho, aumentando a pressão intraocular e danificando o nervo óptico. O tratamento pode incluir medicamentos para reduzir a pressão ocular e, em casos severos, cirurgia.

 

Conclusão
O tratamento da retinopatia diabética proliferativa envolve uma abordagem multifacetada, combinando controle rigoroso do diabetes, fotocoagulação a laser, injeções intravítreas de antiangiogênico e, em casos mais graves, vitrectomia. É essencial que os pacientes com diabetes realizem exames oftalmológicos regulares e adotem um estilo de vida saudável para prevenir o desenvolvimento e a progressão da retinopatia diabética.

Se você tem diabetes ou conhece alguém que tem, compartilhe este artigo e incentive-os a cuidar da saúde ocular. Deixe suas dúvidas nos comentários e não esqueça de curtir e compartilhar este conteúdo para que mais pessoas possam se beneficiar. Até a próxima!

Autor: 

Dr.

Mário César Bulla

Cremers 28120

Médico Oftalmologista

Membro da Sociedade Americana de Especialistas em Retina

Junho de 2024

Assista ao vídeo sobre o tratamento da RPD.

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